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Downsize, Será?

Por João Roncato – Flight 1

Fonte: Birinho Skydive

A maioria de nós iniciou no paraquedismo em busca de diversão e adrenalina, e para muitas pessoas, se “jogar” de um avião, não é uma atitude tida como “normal”. Porém esse “anormal”, vira algo que não conseguimos mais deixar de lado. Saltamos diversas vezes.

A cada dia a “brincadeira” fica mais divertida. A cada salto aprendemos coisas novas, aprendemos a dominar nosso corpo e nossa mente, a queda livre começa ser mais proveitosa e nossos movimentos mais suaves. Porém, após a separação e o comando, o nosso paraquedas não nos proporciona a mesma diversão do início.

E aí vem a pergunta… 

Devo reduzir o tamanho do meu velame? Downsize, será?

A resposta dessa pergunta não é algo que qualquer um pode responder. Quando começamos a pensar no downsize e fazer perguntas aos amigos e instrutores, ouvimos diversos tipos de opiniões e conselhos. Porém depois que somos “emancipados” do paraquedismo, quem toma essa decisão de mudar ou não de velame, somos nós.

Quando falamos de velames, existem hoje diversos modelos e marcas, porém, algumas características de construção estão diretamente relacionadas a maneira como o velame voa.

Normalmente, começamos a saltar em um velame retangular, que é mais dócil e mais fácil de pilotar. Após o retangular, existem diversos tipos de velames com construção Tapered (Cônica), onde o tamanho das cordas das células não é mais sempre o mesmo, sendo as células centrais maiores do que as das pontas, e são comumente conhecidos como “Elípticos” (ex: Crossfire, Katana) ou “Semi Elípticos” (ex: Safire).

Fonte: Dropzone.com – Tipos de design dos velames

Por exemplo: um Semi-elíptico (Safire, Silhouette, Sabre 2) pode possuir sete (7) células (central e mais 3 de cada lado), de um comprimento de Corda, e as duas (2) das pontas um pouco menores. Enquanto um Elíptico (Crossfire, Katana, Velocity, Valkyrie, Leia), pode ter a célula central maior que todas as outras.

Além disso, existe um tipo de construção de célula chamado “cross-braced”, onde as células são costuradas de tal forma que o ar não sai tão facilmente de dentro do velame, tornando a asa mais rígida e com mais performance. A grande maioria dos cross-braced são velames elípticos, e nos últimos anos alguns quase com um formato de Delta, que são extremamente sensíveis e mais agressivos.

Então, sempre que pensamos em downsize, devemos considerar a nossa experiência e os objetivos que queremos alcançar no paraquedismo. 

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Fonte: Skydive Perris

Busque informações no código esportivo da sua federação ou confederação. Na maioria delas, existe uma regra específica, de um número mínimo de saltos para a utilização de cada tipo de velame. Não se deixe enganar pela carga alar. Ela é uma referência sobre o peso e o tamanho da asa, porém, mesmo que a sua carga alar seja considerada baixa, quanto menor for o tamanho do seu velame, a sensibilidade dos batoques e do voo será muito maior do que a mesma carga alar em uma asa maior.

Procure um mentor. O maior responsável por mortes no paraquedismo, segundo dados da USPA, são acidentes relacionados ao pouso.  Em diversos desses casos, a inexperiência, a falta de informação e o ego, tem grande peso. 

Fonte: Red Clicks

Na maioria das vezes, apenas aprender a voar mais do nosso próprio velame ou a mudança apenas do modelo, já nos trás a diversão desejada no momento e de forma segura. Invista no seu aprendizado, dedique seu tempo a aprenda a pilotar o seu paraquedas, pois ele sempre será necessário para que chegue ao solo de uma maneira segura, e pronto para o próximo. 

Exemplo:

Um atleta voa um Sabre 2 150 sqft e acha que está preparado para um downsize. Ele pensa em comprar um Crossfire 139 sqft, ou seja, querendo mudar o design e o tamanho ao mesmo tempo. Aumentando e muito os riscos de acidente. Se esse mesmo atleta mudasse apenas para um Crossfire 150 sqft já aumentaria e muito o aprendizado e a diversão que ele procura. 99% das vezes, mudar apenas o design, será o suficiente.      

Fonte: Tanaka Filmes

Para refletir antes do downsize

·   Você pretende saltar mais ou menos após a sua troca de velame?

·   O seu objetivo é apenas um pouco mais diversão, ou o swoop em si?

·   Você pousaria o seu novo velame em meio a cidade e considerando qualquer tipo de vento? 

·   Será que apenas a mudança de modelo do seu velame, não traria a diversão “suficiente” para o momento? Downsize, será?

Quero fazer swoop, como devo começar?

Assim como as formações de belly-fly, saltos de freefly, wingsuit, etc… O Swoop também é uma modalidade, que muitas vezes quer ser iniciada sem o devido treino específico, assim como fazemos com as outras. 

A ideia na maioria das vezes, é aproveitar os breves momentos desde o comando, até o pouso, para nos divertirmos mais. Porém, Swoop é coisa séria, e se não for tratado com respeito e responsabilidade pode levar a morte. Procure um mentor, alguém que passe as técnicas e um passo a passo para o seu treino. Procure cursos especializados no assunto. Não escute os manicacas. Rs

Estou disponível para coaching na Skydive Cerrado, você pode entrar em contato através do Instagram. @joaoroncato

Nome e apelido: João Roncato, Johnny Roncs

Profissão: Instrutor de Paraquedismo na Skydive Cerrado e Instrutor de Pilotagem de Velames da Flight-1. 

www.flight-1.com 

www.skydivecerrado.com.br

Tempo no esporte: 14 anos

Número de Saltos: 4000+

Disciplinas Favoritas: Swoop, Freefly

Container/VelamePrincipal/Reserva/DAA: V314, Leia69, PDR106

Na sua opinião, qual assunto deveríamos abordar mais no paraquedismo no Brasil que quase ninguém fala? 

Pilotagem de Velames

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3 comentários em “Downsize, Será?”

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