Emergências no Avião

Fonte: CBS Boston

Neste artigo, vamos falar sobre emergências no avião e formas de comunicação eficazes para quando isso acontecer. 

Durante o AFF é falado sobre o que fazer em caso de emergências, mas na vida real, na hora em que o porco torce o rabo, tudo acontece muito rápido. 

Tenho certeza que você já ouviu histórias ou até mesmo já esteve em uma decolagem onde houve algum tipo de problema. É realmente assustador e manter a calma é extremamente importante. Comunicação é a chave de tudo. Ter um plano antes que as coisas aconteçam também ajuda e muito.

Emergências no avião é um dos maiores perigos no Skydive e ainda sim é difícil ver DZs com um planejamento em caso algo aconteça.

Fonte: Aerotime

Apenas imagine o que poderia acontecer se o motor da aeronave para de funcionar e um monte de atletas em pânico, se movendo em direção a porta e gritando “sai sai sai!!!”

Isso teria consequências drásticas, mudando o centro de gravidade do avião e criando um outro problema para o piloto resolver. Se essa mudança acontece de forma brusca, pode causar o stall da aeronave, fazendo com que o piloto perca o controle.

Vamos começar então deixando uma regra bem clara: Quem decide o quê, quando e onde qualquer situação dentro da aeronave, é o piloto. Mas aí você pensa, tenho altura, tenho meu paraquedas, vou me salvar. Isso é uma atitude que pode colocar a vida de todos os outros atletas em risco. Sempre escute o seu piloto, se ele disser para todo mundo ficar dentro da aeronave porque ele vai conseguir pousar, fique dentro da aeronave. 

Fonte: Skydive NorCal

O Que Esperar em Uma Situação de Emergência no Avião 

O piloto tem três prioridades:

1- Voar a aeronave, ter controle

2- Navegar na direção correta

3- Comunicar o que está acontecendo se tiver tempo e suas intenções (se vai pousar com todo mundo dentro ou pedir para todo mundo saltar)

Não fique perguntando, gritando… Se ele ainda não comunicou, é porque está ocupado tentando resolver os pontos 1 e 2.

Fonte: NJ.com

Comunicação de Emergência no Avião

Quando dá tempo, o ideal é o piloto comunicar com um Jump Master e o JM comunicar aos outros atletas. Mas muitas vezes o piloto vai comunicar com o atleta mais perto dele. 

É de extrema importância que essa pessoa use uma comunicação clara com o intuito de não criar pânico ou mal entendidos na hora de passar a mensagem. 

Uma boa comunicação usa frases curtas e é extremamente objetiva.

Exemplos durante uma emergência no avião

“Pane no motor, coloquem o cinto de segurança, vamos pousar com o avião.”

“Pane no motor, preparem para sair em dois minutos, poucas pessoas perto da porta”

• O que está acontecendo: Pane no motor
• Plano/Intenção: coloquem cinto de segurança, vamos pousar com o avião ou preparem para sair
• Tempo para ação: dois minutos
• Informações adicionais: poucas pessoas perto da porta para manter o centro de gravidade da aeronave

Fonte: ABC news

Se as DZs fizessem mais seminários de segurança e treinassem os atletas que saltam com mais frequência, todos saberiam o que esperar em caso de uma emergência no avião e as chances de pânico seriam extremamente baixas. Uma pessoa em pânico, não consegue pensar e isso pode se transformar em um grande problema.

Como Podemos Implementar Isso na Prática?

Se começarmos a ensinar os alunos desde do AFF e manter uma constância de seminários, eventualmente isso se transforma no padrão da DZ. Já pensou em chamar um piloto para bater um papo com os atletas em um dia de tempo ruim? 

• Seminários de segurança a cada 3 meses? Os atletas hoje em dia tem muito interesse em aprender e nem sempre esse conhecimento é passado de forma dinâmica ou até mesmo disponibilizado.
• Briefing e reuniões com Staff e pilotos para sugestão de melhoria na operação com mais frequência.
• Briefing diário com os atletas antes de começar o dia, explicando condições e sempre informando o que for necessário e assim criando uma comunidade onde todos estão aprendendo e reforçando os conhecimentos e habilidades constantemente – consequentemente menos acidentes, menos pousos fora da área 
• Em caso de eventos, briefing dos pilotos para organizadores, organizadores para atletas, assim todos sabem o que esperar em caso de emergência no avião.

Fonte: Wisconsin Skydiving Center

Seja Realista

Vamos ser sinceros, na hora de uma emergência no avião, o piloto está com a cabeça a mil por hora, especialmente se for abaixo de 3000 pés. Assim como nós paraquedistas, quando temos uma pane, o piloto precisa pensar e agir rápido, com a responsabilidade de outras vidas nas costas. Quando chega a hora de executar o plano pensado por ele, é de extrema importância que estejamos preparados para agir.

Para refrescar sua memória:

• 0 -1000 pés – aperte o cinto de segurança, prepare para pouso de emergência com a aeronave
• 1000 -3000 pés – saia e acione o reserva
• 3000+ pés – saia e abra o principal
• Se for um problema estrutural, você só tem mais uma chance, independentemente da altura

Essas altitudes podem variar dependendo da DZ que você está saltando. As vezes tem montanhas altas por perto, mar, deserto etc. 

As estratégias de comunicação serão provavelmente usadas apenas quando houver tempo e atitude suficientes, ou seja, acima de 3000 pés. De qualquer forma, existem vários cenários que podem acontecer e nem sempre o piloto irá pedir para os atletas saltarem, se estiverem acima de 3000 pés. As chances são altas, mas cada caso é um caso.

Fonte: Google

Conclusão

Emergências no avião são situações intensas e exigem muito sangue frio, tanto do piloto quanto dos atletas a bordo. Ao invés de virarmos carga viva se movendo de um lado para o outro, é de extrema importância trabalharmos como um time. Muitas vezes aquela urgência de abrir a porta e saltar é a última coisa que devemos fazer.

Quando se cria uma estratégia de comunicação, facilitamos o processo, diminuímos o stress e aumentamos a eficiência.

Já conferiu nosso último artigo? Clique aqui e dá uma lida sobre “A Importância do Salto Baixo” que também é relacionado com Emergências no Avião.

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