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Evoluções do paraquedas – Parte 2

Fonte: Alê Gesta

Em 1992 outro lançamento da PD tomou a frente no mercado, o Stiletto. Seu menor ângulo de ataque, formato elíptico e tecido PO introduziram um significante aumento de desempenho, aliado às aberturas mais suaves. Passamos a conhecer os efeitos do novo formato elíptico, que além do aumento de performance, também trouxe as aberturas “fora do eixo”, maior consumo de altura nos mergulhos para pouso e a necessidade de desenvolver e aprimorar técnicas de pouso, pois qualquer desnível na aplicação dos batoques incorre em instabilidade do vôo e queda (no momento do pouso, por exemplo), ao contrário do Sabre que, sob baixas velocidades, o desnível entre batoques não desestabiliza o velame.


O desempenho do Stilleto é absolutamente ótimo e prazeroso, consolidando no pára-quedismo o que já é considerado uma modalidade, os pousos de alta performance. Começa então uma nova fase, em que se deve considerar o tipo de pára-quedista que pode ou não usar velames elípticos, pois as maiores velocidades envolvidas, as grandes respostas dos elípticos aos poucos comandos de batoque e a “nova” pane oriunda do twist com as aberturas em giro passaram a não atender a todos os desejos do pára-quedismo. Certas qualificações são necessárias não apenas para tirar proveito de tudo o que um elíptico é capaz de prover, mas também para saber o quão seguro se pode estar sob um velame que não podemos dominar.

O crescimento do número de praticantes deste esporte nos anos 90 foi espantoso, especialmente nos EUA, país que obtivera crescimento econômico constante e, por conseqüência, a maior procura por atividades esportivas e lazer.

A segunda metade da década de 90 passa a se caracterizar pela segmentação do mercado também crescente de velames, onde novos produtos passam a ser dirigidos e desenvolvidos em função de novas necessidades latentes.
Usando ainda a linha PD, o Spectre vem ao mercado atender a quem procura por aberturas macias e consistentes, enquanto o Silhouette atende o segmento de nível técnico intermediário. O Vegeance traz o conceito do air-lock e seu desenho provê um maior desempenho que seu parceiro de linha, o Stiletto.

Pilot – Aerodyne – Meu equipo novinho!!!…Tão lindo!!! 🙂


Nesta mesma fase de segmentação de mercado, fez-se notada a entrada da ícarus nos EUA, usando como chamariz a linha Extreme e utilizando tecnologia cross-braced que, pelo menos nos EUA, teria sido desenvolvida e usada pela PD em um de seus velames do final da década de 80, o Excalibur de 21 células, fabricado com tecido F111.

Fonte: NZaerosports


A chegada da ícarus, originária da Nova Zelândia é, sem dúvida, fato dos mais relevantes para o atual pára-quedismo brasileiro (herdeiro do mercado americano). A marca desembarcou nos EUA uma gama de velames de ótimo desempenho dentro do que cada segmentação de mercado exige em atendimento, promovendo concorrência até então sem igual à PD.

Hoje a tradicional e também americana Precision, muito conhecida por sua linha de velames reserva Raven, promete entrar na briga de participação de mercado, também apresentando uma linha completa de velames.
Isso oferece aos praticantes a possibilidade de buscar melhores alternativas para atender suas necessidades individuais, assim como ocorre em outras áreas da economia.

Embora o mercado brasileiro ainda seja mais favorável à marca PD pelos anos de conquista impostos por seus reconhecidos produtos, atualmente também vemos na ícarus um forte candidato a fornecedor, tanto por demonstrar ter bons produtos como também pela participação ativa de Luigi Cani, o primeiro brasileiro a ser patrocinado e membro de um time de competição de um fabricante de velames.
Cani tem alimentado o mercado brasileiro com informações e velames de demonstração.



Tiro proveito de um fato em particular para dar conclusão e sentido a toda esta descrição histórica. Certa vez, John LeBlanc, vice-presidente da Performance Designs, descreveu em uma reportagem que a PD já teria tecnologia para colocar no mercado velames P0 com construção cross-braced já no início dos anos 90, mas que isso não fora realizado porque os pára-quedistas da época não tinham experiência ou técnica para manusear tais velames.


Contudo, o que se vê hoje é que qualquer pára-quedista, iniciante ou não, tem acesso à compra de qualquer tipo e modelo de velame, mesmo não tendo os requisitos mínimos ou aceitáveis para operá-lo. E isso não é uma novidade, pois já perdemos muitos colegas nos últimos anos, justamente por terem comandado seus velames de forma imprópria para a situação em que estavam, seja durante um pouso de alta velocidade intencional, numa atitude evasiva de pouso em área alternativa ou demonstração.


Devemos então entender que, de toda a gama de velames existentes hoje, tem-se aqueles que são mais apropriados e recomendados em função de nossas necessidades reais, que estão relacionadas à experiência, freqüência de saltos, área de salto que o pára-quedista freqüenta, entre uma grande variedade de aspectos.

O objetivo deste texto com jeito de aula de história é demonstrar como os velames foram sendo desenvolvidos e que todo este desenvolvimento se deu em função das necessidades dos pára-quedistas.
Temos então de fazer uma auto-análise para saber em que fase nos encontramos e quais são nossos objetivos e necessidades, de forma a fazer uma escolha que sempre nos possibilite voltar para casa andando e, por que não, que nos faça refletir, como ilustra o comentário de John LeBlanc, descrito acima. Saiba se é realmente este o “momento” apropriado para usar determinado velame.

ARTIGO PUBLICADO NA AIR PRESS Nº 95
TEXTO: EMÍLIO CALDEIRA

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