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Progressão no Wingsuit – Saídas do Avião – Parte 2

Na parte 2 dessa série de artigos traduzidos do site da Squirrel. Vamos falar da progressão no wingsuit – saídas do avião. Se você ainda não leu o primeiro artigo falamos sobre o que esperar do seu curso e os primeiros saltos de asa, clique aqui

Saída wingsuit
Fonte: Squirrel

Neste artigo você vai aprender:

  • Ordem de saída 
  • Algumas coisas que são contra-intuitivas e que devem ser consideradas quando a decolagem está bem misturada com atletas praticando várias modalidades do skydive
  • Técnicas de saída, algo que muitos pilotos de wingsuit experientes continuam fazendo errado, causando stress para as áreas, principalmente quando falamos do risco de bater na cauda do avião na saída.

Enquanto algumas DZs tem suas próprias regras devido a certos acontecimentos ou razões. É comum entre os WS (wingsuit) Pros, quase sem exceção: Wingsuits saem por último da aeronave.

Belly, freefly, tandems… tudo isso faz sentido, certo? Mas quando tem um grupo abrindo o paraquedas alto (high pullers, grupos de flock, quando você sai do avião e abre o paraquedas a 13,000 pés por exemplo)?

Wingsuit planos de voo
Fonte: Squirrel

Esse é um assunto que confunde muita gente, então vamos explicar.

Primeiro, planejamos a ordem de saída de acordo com o que os outros atletas da decolagem pretendem fazer. A mesma coisa para WS e high pullers, WSs saem por último pelo fato de ter uma velocidade vertical lenta e consequentemente a distância horizontal que pode ser alcançada. É muito fácil um WS sair e conseguir manter o nível com o avião por vários segundos. 

Se um high puller abre o velame assim que sair na porta e ainda insistir em sair por último, obviamente que esse atleta não entende que existe a chance de continuar na linha de voo do WS que saiu antes dele. Geralmente no plano de voo dos WSs, é comum começar voando na reta do avião, para depois começar a fazer curvas e voltar para a dz.

Se ele(a) tiver um tempo maior de queda livre, corre o risco de cair em cima de um atleta voando um WS ou estar na mesma altura de voo com o velame aberto.

Saida WS sky van
Fonte: Squirrel – Foto: Juan Mayer

Se o high puller está preocupado que os WSs vão sair depois dele e voltar 180 graus aumentando a chance de colisão, o melhor a se fazer é cada atleta manter o plano de voo acordado antes da decolagem. Vocês estão vendo a importância de saber quem está na sua decolagem e saber o que todos estão fazendo? Modo Sobrevivência

Se os free flyers disseram que vão fazer um salto vertical, os high pullers também têm que seguir o plano e comandar na altitude combinada e os WSs voarem o trajeto acordado. Mantendo uma separação adequada na saída, será muito difícil para os WSs virarem 180 graus e colidirem com o atleta de velame aberto. O cenário ideal seria os WSs saírem da aeronave e voarem na reta do avião, neste meio tempo, já teriam passado o high puller verticalmente e todos seguros.

Uma única exceção, seria o pessoal do TRV (trabalho relativo de velame) que estão saindo depois de muito tempo de separação na porta. Mas mesmo assim, a menor chance de colisão seria WS saindo por último.

Saida wing suit com asa aberta - apresentação ao relativo errada
Fonte: Squirrel – Apresentação ao vento relativo errada

Multiplas Retas 

Algumas DZs tem o espaço aéreo limitado, fazendo com que muitas vezes o avião tenha que fazer duas ou mais retas, principalmente quando existem muitos grupos de desloc e WS na decolagem. Se a sua DZ estabeleceu linhas de voo, talvez duas áreas de abertura (uma área de abertura para cada reta e cada grupo), então, somente dois grupos por reta devem sair da aeronave. Apenas algumas DZs no mundo permitem mais de dois grupos por vez. E essas regras têm que estar bem claras para todos.

Organize os grupos de WS em termos de velocidade vertical – bom senso sempre, asas menores primeiro, asas maiores por último. Nunca assuma que as asas maiores vão voar mais devagar, eles podem voar bem angulados e com uma velocidade vertical maior do que as asas menores. Neste caso, devem sair antes das asas menores. Depende do tipo de salto.

Vamos analisar um possível exemplo, que acontece muito nas DZs e com muitos pilotos experientes.

With increased relative wind (from prop settings or from higher airspeed) or from a low-tail aircraft, this exit could have resulted in an incident
Fonte: Squirrel – apresentação ao relativo com asas abertas, aumentando as chances de bater na cauda do avião

Uma decolagem em um Twin Otter (avião do skydive) é manifestada com onze pilotos de WS em quatro grupos. Na mesma decolagem também tem um grupo de 4 way de barriga, 3 free flyers, um AFF nível 6 e um tandem. Decolagem cheia, WSs tomam bastante espaço devido ao tamanho das asas. Alguém grita: “Fala para os WS apertarem lá trás, está faltando um assento!”

Independentemente de quantas retas o avião vai fazer, pelo menos duas nesse caso, os WSs vão sair por último, então todos entram primeiro no avião.

Soaring for Sport | Let's Talk Science
Fonte: Let’s talk science

Primeira Reta

Atletas sem asa e tandem por último.

Os grupos de WS são divididos da seguinte forma:

Grupo WS 1: 2 way, um aluno iniciante e um instrutor, os dois com asas pequenas. O plano de voo deles seria sair depois do tandem e abrir em uma área que vamos chamar de WS 1.

Grupo WS 2: 5 way com asas pequenas, com o objetivo de construir uma formação. O plano de voo deles seria sair depois do 2 way e abrir em uma área que vamos chamar de WS 2, deixando espaço para o primeiro grupo.

So You Want To Fly A Wingsuit? — Skydive Cross Keys | New Jersey &  Philadelphia Skydiving
Fonte: Skydive Cross Keys

Segunda Reta

Grupo WS 3: 2 way, um grupo voando asas médias a grandes em uma velocidade normal. O plano de voo seria dentro da área WS 1 e a separação seria alta o suficiente para que abram os velames na área intencionada.

Grupo WS 4: 2 way voando asas grandes, em uma velocidade normal, com a intenção de abrir na área WS 2.

The Great Book of BASE - Speed To Fly
Fonte:The Great Book of Base

Mas e se tivessem dois atletas experientes na decolagem querendo fazer um voo bem angulado, com velocidade vertical alta? Uma discussão antes de entrar no avião deveria acontecer e esses dois atletas chegariam a conclusão de que essa decolagem não é a melhor opção para fazer esse tipo de salto. Seria difícil encaixar esse tipo de salto sem gerar conflitos nos planos de voo dos outros grupos. Mesmo se eles saíssem primeiro na segunda reta. Devido a velocidade vertical alta deste salto, isso aumentaria as chances de alcançar os primeiros grupos da primeira reta. Se eles saíssem na primeira reta depois do tandem, existiria  chances de ter contato com o tandem, a não ser que o plano desses atletas fosse de mudar o glide durante o salto, aumentando a separação, mas também perdendo altitude, o que a maioria dos pilotos não querem que aconteça. Não fique preso ao plano de voo se isso for colocar a vida de outras pessoas em risco. Adapte quando for necessário. Comunique com o manifesto e outros atletas antes da decolagem.

Comprehensive Wingsuit Training | Skydive Perris
Fonte: Skydive Perris

Lembre-se, alterações na decolagem, mudanças para acomodar os grupos são necessárias para a segurança de todos, mesmo que isso signifique esperar a próxima decolagem.

Os planos de voo e condições de cada grupo devem ser avaliados com o intuito de organizar da melhor maneira possível o uso do espaço aéreo. Algumas decolagens podem ter apenas um grupo de WS dependendo do plano de voo, tamanho do grupo e o uso do espaço aéreo.

Por exemplo, pilotos experientes fazendo saltos dinâmicos com muitas curvas e transições. Outras restrições em número de grupos por decolagem pode ser devido aos ventos na altitude, high pullers com algum tempo de queda livre em decolagens anteriores, várias retas.

Conclusão: Talvez não tenha espaço para você nessa decolagem, comunique com o manifesto, seja consciente da sua segurança e a dos outros.

Red Bull Aces
Fonte: Red Bull

O avião e o Piloto

Se você salta em uma área grande ou pequena, não interessa, é bom conversar com o RTA (responsável técnico da área). Tem muita coisa envolvida, configuração do avião para saída dos atletas de asa, air speed, velocidade de descida do avião. Envolve tudo isso e mais. Converse com o piloto e faça perguntas para entender melhor e ser um piloto de WS mais seguro.

Saindo do avião: pense no vento relativo

Saídas de WS primeiramente são executadas para evitar bater na cauda do avião. Estabilidade, navegação e aproximação ao grupo, nesta ordem. Antes de sair da aeronave, pense na cauda do avião, sua estabilidade em relação ao grupo e finalmente a sua própria estabilidade. Vale a pena destacar, a sua estabilidade é a terceira prioridade – é mais importante evitar um acidente com o avião ou uma colisão no ar do que ter uma saída confortável e estável.

Saida de asas abertas
Fonte: Youtube

“É mais importante evitar um acidente com o avião ou uma colisão no ar do que ter uma saída confortável e estável.”

Isso significa que nossos bons hábitos têm que evoluir, não só tentar fechar as asas e inclui mudar o ângulo de ataque (AoA) em relação ao vento relativo e o vento causado pela hélice do avião.

A maioria das discussões em relação a uma posição boa na saída, foca na área das asas nos seus braços e pernas, o que é muito importante. Como as asas evoluíram, com mais tecido nessas áreas, às vezes apenas fechando os braços e as pernas não resolve durante a saída.

2 way wingsuit
Fonte: BBC

Quando sair do avião, esteja consciente do fato de que quanto maior o seu ângulo de ataque, mais o vento relativo vai te empurrar para trás, na direção da cauda do avião. Em asas intermediárias e avançadas, fechar as asas e mudar o ângulo de ataque é muito importante.

Pense como um pinguim desliza para entrar na água e imagine você entrando de cabeça no vento relativo ao invés de se apresentar de barriga.

Uma saída com o ângulo de ataque apropriado com o mínimo de área em contato com o vento relativo diminui as chances de bater na cauda do avião ou uma saída instável – e de bônus você vai estar voando mais rápido e consequentemente vai chegar na formação mais rápido.

Emperor penguins sliding down ice slope - Stock Image - C015/7990 - Science  Photo Library
Fonte: Science photo library –

Exercícios mentais

Apresente-se ao vento relativo, imagine ventos na velocidade de um furacão. Como você se posicionaria nessa situação? Abriria os bracos e olharia para cima deixando o vento bater no seu peito? Ou colocaria sua cabeça na frente do seu corpo tentando cortar o vento? A última opção, claro! É dessa forma que devemos pensar na hora da saída. Agora ficou fácil, não é mesmo?

Nós não saltamos do avião, mergulhamos para fora e para baixo!

Erros comuns

Abrir os braços e as asas muito cedo.

Se você não sabe onde suas mãos estão, as asas do seus braços podem estar abertas. Todo instrutor tem uma técnica diferente, a maioria ensina exercícios que envolvem saber, estar consciente onde seus braços e mãos estão. Se você tem consciência disso, terá menos chances de fazer algo errado na saída.

Não estar consciente onde a cauda do avião está.

Se você não sabe onde a cauda do avião está localizada, pode ser que ainda não a tenha passado. Pratique sair do avião e ter certeza de que já passou da cauda olhando a linha de voo. Se você já quase bateu na cauda alguma vez, um bom exercício é assumir a posição e ângulo de ataque e simplesmente assistir a aeronave passar em cima do seu corpo. 

NEXT LEVEL :: Wingsuit Training
Fonte: Next Level

Saltar para fora e para cima

Jamais! Uma boa saída de WS nunca envolve saltar para cima. Não existe nenhuma razão para saltar para cima na saída. Mergulhe para baixo com o seu corpo nivelado em relação ao vento.

Um bom piloto vai estar preparado para a saída de atletas de WS. Redução da força no motor, uso dos flaps de acordo com a aeronave, velocidade menor (airspeed) são os básicos.

Check list de saída com Wingsuit

  • Configuração da aeronave
  • Ponto de saída
  • Saia como um Pinguin
  • Mergulhe para fora e para baixo
  • Assista a cauda do avião passar por você
  • Siga o plano de voo

Escreva na sua mão se necessário!

Esse texto foi traduzido de um artigo em inglês e você pode acessar a versão original, clicando aqui.

Bons saltos!

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